O blog da TodoVino – loja online de vinhos, cervejas e destilados – destaca o início da primavera no hemisfério. A primavera, conhecida como estação das flores, também tem seus paralelos com o mundo das bebidas.
Além do clima ameno após inverno, a estação favorece o consumo de bebidas mais refrescantes e aromáticas, sejam elas fermentadas como a cerveja e o vinho, ou destiladas, como o gin; que traduzem o espírito alegre da temporada.
O vinho fino, fermentado de uvas da família vinífera, tem sua expressão manifestada pela variedade da uva utilizada, seu local e forma de cultivo e seu processo de vinificação. Em resumo, o tal do terroir. Assim fica mais fácil compreender os porquês da multiplicidade de estilos que há no vinho, ainda que a matéria-prima essencial seja apenas a uva. Vinhos com teor alcoólico mais elevado, com maior concentração e notas tostadas da madeira tendem a ser melhor aproveitados em ambientes mais frios, onde essa potência ajuda a aquecer o ânimo e também acompanha com maestria os substanciosos pratos servidos no clima frio. Por outro lado, a primavera, com suas cores, aromas e calor moderado também encontra seus pares no universo vinífero.
Um clássico: os vinhos de Beaujolais
Um clássico são os vinhos da região de Beaujolais. Vizinha à Borgonha e considerada sua irmã mais descontraída, os “bojôs”, como são informalmente conhecidos, são feitos com a variedade Gamay e resultam em vinhos que vão da estrutura leve à mediana, onde o frescor está no primeiro plano, junto com aromas florais e de frutas frescas. De forma análoga, vinhos rosés, os clássicos Provence ou do sul do Rhône, além de serem frescos e florais, combinam muito bem com as receitas da estação, repleta de vegetais. Boa parte dos vinhos brancos também estão em sintonia com a primavera. Viognier, Gewürztraminer, espumante Prosecco e Alvarinho são bons caminhos.
A importância do lúpulo
No universo da cerveja, a primavera encontra principal suporte quando pensamos no estilo da cerveja e, principalmente, nos tipos de lúpulo empregados na produção. Maltes menos tostados e lúpulos cítricos e florais costumam formar o perfil elegante, fresco e fácil de se beber. Entre os principais estilos indicados para a estação estão a Weiss e a Witbier, feitas com trigo e com baixo teor alcóolico. Alguns casos podem receber temperos como sementes de coentro e casca de laranja. Entre as populares IPAs, uma família que cresceu muito em tempos recentes, as versões American IPA, com lúpulos que dão notas mais cítricas e frutadas, são mais indicadas. Para os mais curiosos vale provar as cervejas de estilo Sour, ácidas em tradução direta, que indicam a personalidade no paladar e que são ricas em notas frutadas e de fermentação.
Destilados: os botânicos
Os destilados podem atuar de forma bastante versátil e, claro, que alguns possuem maior vocação para esta estação. Os clássicos London Dry Gin, onde o zimbro é o principal botânico, permite muitas combinações, sem perder a pureza. Então se pensar em um Gin Tônica, completar a taça com fatias ou cascas de cítricas, ervas frescas ou até flores comestíveis darão o tempero sazonal. Sim compostos, caso do famoso Hendrick’s, já é temperado com outras essências de botânicos, e no referido caso, além do zimbro leva pepino e pétalas de rosa. Um bom tripé para a primavera.
E neste tema ainda é possível ir mais longe e pensar em whiskys, em especial os escoceses, onde é possível notar o estilo das destilarias em função da região onde estando sediadas. Assim, se whiskys de Islay ou Campbeltown costumam ser turfados (defumados), com toques medicinais e salinos, os whiskys de Speyside são mais delicados, frutados e com toques sutis de especiarias, no caminho primaveril.
